Como sabemos, os temas da sustentabilidade e da prevenção do meio ambiente são temas cada vez mais debatidos nos dias que correm. Isto acontece, pois existe uma certa urgência em reduzir os impactos ambientais de certas indústrias, nomeadamente da indústria da moda e do calçado.

É neste sentido que têm surgido programas, medidas, dicas, mas também marcas sustentáveis pelo mundo fora. Obviamente que, estas marcas sustentáveis são bem-vindas e realmente podem ser o começo de uma alteração dos hábitos da sociedade. Isto é, o ideal seria que a longo prazo, a sociedade parasse de consumir produtos da fast-fashion e apenas existissem marcas sustentáveis.

Quando ouvimos falar de marcas sustentáveis, também se encontra associado o conceito de marca ética. Sabe o que isto significa?

A ética pode ser definida como um conjunto de princípios e valores que orientam o comportamento de cada ser humano na sociedade. Neste sentido, quando uma marca se assume como sustentável, vegan ou ecológica, esta tem de se manter fiel aos seus valores em todos os seus comportamentos, sendo assim também uma marca ética.

No entanto, nos últimos anos temos visto o número de marcas sustentáveis aumentar, o que não é algo negativo, muito pelo contrário! Porém a grande questão é, será que todas estas marcas são realmente quem dizem ser e são também marcas éticas?

Esta questão surge, pois neste momento assistimos ao que poderíamos classificar por duas grandes categorias de marcas sustentáveis:

1. Marcas que surgem já sustentáveis e/ou vegan, ou seja, aquelas marcas que nascem já com estes princípios em mente e aplicam-nos no quotidiano;
2. Marcas que se vão alterando e assumindo sustentáveis e/ou vegan, isto é, aquelas marcas (inclusive da fast fashion) que vêm que as marcas sustentáveis estão a ser cada vez mais valorizadas e decidem assumirem-se como mais ecológicas, mesmo que seja apenas através de coleções eco-friendly.

No entanto, a realidade é que existem marcas que se aproveitam da imagem da sustentabilidade e da ecologia para terem mais lucros. Neste sentido, estamos claramente perante uma estratégia de marketing, onde se analisarmos profundamente as marcas em questão veremos que os seus valores e princípios são bem diferentes aos que estão a ser divulgados. Por isso, não se deixe enganar!

Como saber se está perante uma marca ética?

Não é muito difícil entender que quando uma marca assume ser quem não é acaba por não ser uma marca ética, pois não está a seguir os seus valores e princípios.

A grande questão é, como saber se uma marca é ética ou não? Existem alguns aspetos aos quais deve estar atento e que lhe vão dizer tudo o que precisa de saber.

Quando estamos perante uma marca ética, a mesma segue rigorosamente alguns pontos essenciais e assim poderá saber se pode confiar na marca em questão.

Veja aqui em baixo os pontos aos quais deve estar atento:

• A composição dos produtos: uma marca ética e sustentável/vegan tem o dever de dizer de forma clara e precisa quais os materiais que são utilizados nos seus produtos. Quando uma marca não o faz, ou menciona de forma vaga que se trata de um material ecológico sem dizer precisamente qual, é motivo para ficar desconfiado!

• As certificações: nem todas as marcas são certificadas, pois isso implica um custo para a mesma, porém quando uma marca é certificada (pela PETA, por exemplo) pode estar seguro de que os produtos seguem as devidas normas e pode confiar na marca;

• Os preços: as marcas éticas e que seguem a slow fashion praticam preços mais elevados, em comparação aos preços praticados pela fast fashion. Isto é justificado por uma série de coisas, nomeadamente os custos ao longo de toda a cadeia de produção ou ainda a renumeração justa de todos os trabalhadores envolvidos no processo. Além disso, as marcas éticas não aderem aos saldos e muito raramente fazem promoções, por isso esteja atento a este aspeto!

• O local de produção: como já foi mencionado noutros artigos, ser uma marca sustentável não se trata apenas de usar materiais ecológicos, existem outros fatores relevantes, tal como o local de produção. Um dos principais objetivos das marcas sustentáveis é reduzir os impactos ambientais, neste sentido os locais de produção devem estar localizados o mais próximo possível do mercado para onde vendem. Qual seria o sentido de uma marca europeia produzir no continente asiático, por exemplo? Não queremos dizer que não é possível produzir de forma sustentável nestes países, porém os impactos ambientais do transporte dos produtos para a Europa seriam muito grandes.

• O número de coleções: ao contrário das marcas da fast fashion que podem chegar a lançar coleções semanalmente, as marcas da slow fashion, incluindo as marcas éticas, lançam um número mais reduzido de coleções por ano. No caso da Verney, são lançadas duas coleções anuais.

• A segunda vida dos produtos: nem todas as marcas éticas o fazem, porém, a grande maioria preocupa-se tenta ter uma forma de recuperar os seus produtos quando estes chegam ao final da sua vida útil. Se pegarmos o caso da Verney, a nossa equipa está disposta a recolher os sapatos da marca, quando o consumidor achar que o produto já viveu tudo o que tinha para viver. Posteriormente, os sapatos são reciclados e podem vir a ser reutilizados em coleções futuras. Esta e outras ações são realizadas por outras marcas éticas e sustentáveis, para assim garantir uma economia circular e com menos impactos ambientais.

Esperamos que com estes conselhos não se deixe enganar pelas belas campanhas de marketing e aprenda investigar de forma correta se as marcas que consome são uma marca ética ou não.